Ciclismo: Potência Relativa

Reginaldo Silva
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É crescente o uso por parte dos atletas de terminologias que até algum tempo atrás eram ouvidas apenas dentro de laboratórios. Termos como limiar, VO2, potência, lactato, dentre outros, vêm sendo difundidos por técnicos e demais profissionais que trabalham com o esporte. Isso ilustra a interação que começa a ocorrer entre a ciência e a prática.


O aumento das formas de divulgação do conhecimento para as pessoas interessadas no ciclismo tem facilitado o maior aprofundamento em determinados temas. O uso da potência como ferramenta de avaliação da performance em ambiente de laboratório já está plenamente difundido. Em campo, alguns equipamentos surgem para permitir a medição da potência em situação real, como o SRM Powermeter, o Powertap e o Polar S725. Estes são acoplados a bicicleta, permitindo a medida na rua.
O conhecimento acumulado dos estudos acerca da relação entre potência e desempenho indica que o atleta que consegue manter a maior média de potência durante um teste simulado de 40 km contra-relógio vai possuir melhor tempo final neste percurso.
Resultados observados em avaliações realizadas pelo nosso grupo, assim como resultados divulgados na literatura confirmam isto. A relação inversa entre potência média e tempo final dos 40km vem sendo discutida agora acerca da possibilidade de predizer a performance nos 40km contra-relógio a partir de um teste progressivo máximo. Para situar o leitor, teste progressivo máximo é uma avaliação onde o ciclista é submetido a um protocolo em que pedala com carga crescente ao longo do tempo até a exaustão (cerca de 10-15 minutos).
A tentativa de predizer o desempenho em prova contra-relógio vem sendo estudada pelo nosso grupo, observando-se a relação entre a maior potência relativa ao peso corporal obtida em um teste progressivo máximo e os melhores tempos durante um teste de 40 km contra-relógio. Estes resultados prévios indicam que os atletas que obtém a capacidade de produzir a maior potência em relação ao seu peso corporal apresentam os melhores tempos nos 40 km.
A potência relativa ao peso corporal é um indicador do quanto de potência o ciclista consegue gerar para o peso corporal que ele possui. Sabe-se que os atletas mais fortes possuem maior capacidade de suportar maiores sobrecargas, como o efeito do vento e dos aclives e lombas durante a competição. Atualmente sugere-se que o ciclista competitivo possua, no mínimo, uma capacidade máxima de produzir cinco watts de potência por quilograma de peso corporal.
Estes resultados, associados ao crescente uso do treinamento de força de forma complementar para ciclistas, podem otimizar os valores de potência relativa. Sabe-se que os atletas com maior potência máxima relativa são os que possuem melhor equilíbrio entre o condicionamento aeróbico e maior capacidade de aplicação de força no pedal (maior produção de força). Portanto se você que é ciclista puder fazer um teste máximo, observe os seus valores de potência máxima relativa, já que estes podem lhe indicar a sua capacidade de manter a potência ao longo de uma prova contra-relógio.
Fonte: https://www.ativo.com/bike/ciclismo/ciclismo-potencia-relativa-30083/
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